Olá! Hoje quero falar um pouco sobre a abordagem de Emmi Pikler, uma pediatra austríaca que realizou seu trabalho profissional na Hungria.

Esta abordagem tem sido trabalhada aqui no Brasil há alguns anos e sua aplicação vem crescendo e se tornando mais conhecida. Isto, porque trata do desenvolvimento infantil de 0 a 3 anos, fase primordial para o bebê. Eu a conheci através do berçário Jardim dos Pequenitos, em que deixei minha filha quando voltei ao trabalho, em 2006.

 

O que você acha de um bebê rolando no chão, sobre tecidos, livre para explorar o espaço em que está inserido e se descobrir?

 

 

Para a criança, o movimento é o instrumento e o modo de expressão de sua orientação no ambiente.  Olhar-se no espelho e descobrir-se, ter suas mãozinhas livres para ajudá-la a se rastejar até que consiga rolar, engatinhar, sentar e andar… tudo à seu tempo e modo, sendo respeitada como um ser capaz , que aprende por si próprio.

 

O bebê vai experimentando e se desenvolvendo, superando dificuldades até chegar à alegria da conquista.

 

No Instituto Pikler, os adultos não impõem atividades aos pequenos. O aprendizado vem da descoberta do seu próprio corpo e dos movimentos que vai alcançando, interagindo com o espaço cuidadosamente preparado e com os outros bebês ao seu redor.

 

Os bebês são capazes de observar algo por vários minutos, para desvendar em um objeto, seu peso, seus ângulos e diferentes texturas. Observam tudo à sua volta, fazendo o que for necessário para chegar a um objetivo e vão sempre se aperfeiçoando.

 

Essas atividades livres e espontâneas são possíveis devido ao vínculo de confiança que se estabelece entre o bebê e o adulto, que está responsável pelos seus cuidados.  Esses cuidados acontecem durante a rotina diária, no banho, na troca de fraldas, na alimentação e na preparação para o sono.  É quando a criança recebe afeto e atenção, com exclusividade. E deve ser comunicada do que acontecerá com ela. Ou seja, a educadora, a mãe ou babá, como uma forma de respeito e ajudando o bebê a entender o que acontecerá com ele, deve dizer que o levará para o banho, para a refeição e outras atividades.

 

A criança não deve receber passivamente os estímulos, ela deve ser protagonista do seu desenvolvimento e ser incentivada a responder reciprocamente, colaborando nas atividades do cotidiano. Muitas vezes a criança se sente incompetente por não ter a oportunidade de realizar atividades simples no dia a dia, por bloqueio do adulto, que não acredita na sua capacidade. Com o falso pensamento de que está estimulando ou ajudando a criança, lhe priva do prazer de experimentar e descobrir.

 

 

O bebê tem seu desenvolvimento motor espontaneamente de acordo com a sua maturidade orgânica e nervosa. Uma criança saudável física e psiquicamente, passará por todas as etapas da motricidade sozinha sem a necessidade de que um adulto a ensine.

O brincar livre é muito valorizado nesta abordagem. Quando o bebê já recebeu os cuidados necessários, com atenção e presença do educador, é colocado em uma superfície firme e plana, onde desenvolve as suas capacidades motoras, explora o ambiente e os objetos simples e de fácil manuseio que são colocados neste ambiente.

Neste momento, cabe ao educador a tarefa de organizar o espaço destinado ao brincar, para que este seja ao mesmo tempo seguro, instigante, e que contenha brinquedos adequados a cada faixa etária. E observar, sem interromper a pesquisa do bebê para propor outras formas de exploração dos brinquedos.

Enfim, a abordagem é muito rica e quis compartilhar com vocês um pouco do que já conhecia e do que vi em 2017, no Fórum de Discussões: Diálogos com a Pedagogia de Pikler, ministrado pela pediatra francesa Isabelle Deligne.

 

Desejo que tenham gostado do post!

 

Um grande beijo! Gratidão!!!

 

Elaine Gouvea
Organização em todos os sentidos