Hoje o nosso assunto é PUERPÉRIO! Você sabe o que é isto?

Estes dias eu fiz um post no meu instagram @elainegouveaoficial e recebi uma mensagem perguntando o que era puerpério e achei importante conversar sobre o assunto.

Quando falamos em gestação, a maioria dos pensamentos que temos gira em torno da decoração do quarto, roupas fofas, chá de bebê, um bebê lindo e tudo muito tranquilo.

Mas será que na prática acontece desta forma?

A gestação é um momento de grandes descobertas e que nos vemos pensando sobre coisas que nunca pensamos antes.

Vem o medo de não ser uma “boa mãe”, não atender as expectativas da família, do marido, do filho.

Mas, e o que vem depois do nascimento do bebê?

 

 

Vemos posts lindos, mostrando a maternidade perfeita e quando nasce o bebê, percebemos que a #vidareal é bem diferente.

Muitas pessoas entendem que puerpério é o resguardo, nome muito utilizado antigamente para se referir a uma mulher que estava se recuperando do parto, uma fase que dura em torno de 40 à 60 dias.

Fisicamente, normalmente, a mulher já está recuperada do parto em 40 dias, porém isto não quer dizer que esteja pronta para voltar à mesma rotina que tinha antes de ser mãe.

Após dar à luz, as transformações que acontecem no corpo da mulher não são apenas físicas e visíveis, elas também acontecem internamente no corpo e na mente. É um ciclo no qual o nosso corpo começa a retornar os nossos órgãos para os devidos lugares.

Todas estas transformações não se limitam às funções fisiológicas e hormonais e nenhuma mulher será a mesma depois deste processo.

Diferente do que muitas pessoas acreditam, o puerpério pode durar muito tempo, por aproximadamente dois anos e é neste período que passamos por um turbilhão de pensamentos!

Vemos que no pós parto estamos felizes, em outros momentos estamos tristes, chorosas e como se não bastasse não entendermos o que estamos sentindo, temos que dizer para as pessoas que está tudo bem.

Meus puerpérios fluíram bem, mas com tudo isto que falei acima! No da Sophi, me senti preocupada com o futuro, em dúvida sobre uma alimentação que contribuísse na produção do leite, entre tantas outras questões.

 

 

No da Lore, eu só ouvia as pessoas dizerem que agora seria tudo mais fácil, já que era o segundo filho… e não sei quem inventou isto!

Eu fiquei mais preocupada, queria dar para ela, o mesmo que dei à Sophia, porém, a Sophia que estava com 4 anos, solicitava muita atenção e me via dividida.

Nesta fase, apesar de estar encantada com aquele pequeno ser, sentimos medo, necessidade de protegê-lo, nos deparamos com uma infinidade de perguntas e também com uma mulher que não conhecíamos antes. Nós mudamos completamente após o nascimento de um filho.

O que a algumas mulheres não sabem é que tudo isto faz parte desta grande transformação que é o puerpério. Sentimentos diferentes começam a brotar, nos sentimos bobas, perdidas, inseguras, frágeis e fortes.

E aqui entra o tempo, tempo para nos adaptarmos, nos redescobrirmos e nos entendermos. Tempo para aprendermos a lidar com todos os novos aprendizados práticos, como cuidar do bebê, cuidar das roupinhas dele, do umbigo, da cólica, amamentá-lo.

Entendermos que há alguém dependendo de nós vinte e quatro horas por dia e que nosso sono passou a ser fracionado, ficar feliz, mas também, ficar esgotada e às vezes triste. Todos estes sentimentos nos trazem a dor e nem sempre conseguimos expressar esta dor.

Depois do nascimento e em meio a tudo isto tem início o nosso processo de conexão com o nosso filho, o que muda também, as nossas relações com as outras pessoas e com o mundo.

Muitas mulheres precisam retornar ao trabalho e este período pode ser bem doloroso, e aconteceu comigo, no puerpério da Sophia. O meu leite quase secou quando cheguei aos três meses de licença à maternidade e neste momento busquei uma consultoria em aleitamento, para me ajudar.

 

 

Quando voltamos ao trabalho, as pessoas esperam que façamos tudo normalmente, porém, passamos por mais uma grande adaptação, depois de ficar com o bebê o tempo todo, temos de deixá-lo e passarmos um dia inteiro sem ele. O dia parece não ter fim!

Mas o que descobrimos é sensacional! Descobrimos que somos muito mais potentes do que antes.

Cada mulher vive este momento com uma intensidade, mas é importante sabermos que acontece com todas as mulheres que passam por uma gravidez e que podemos pedir ajuda de profissionais, se necessário.

Depois de ter passado por isto duas vezes, vejo que o fato de ter organizado a minha rotina, ter planejado e tomado algumas decisões ainda na gravidez, me trouxe muito mais tranquilidade para os desafios que surgiram. E é por isto, que hoje oriento mulheres quanto à organização da fase gestacional e pós parto.

Nós não podemos prever o que acontecerá conosco após o nascimento do bebê, mas podemos usar a organização a nosso favor.

Nesta organização não estou falando somente em quarto e enxoval. mas de uma preparação para ter dias mais tranquilos em relação às rotinas básicas para o funcionamento de uma casa. Assim eu fiz! E com isto, meu foco foi cuidar das crianças e do meu bem estar, o que já é demais.

Quando engravidei, entendi que a minha vida mudaria muito, e eu escolhi mudar. Por isso, comecei a estudar sobre tudo que poderia me auxiliar nesta trajetória e hoje, vejo que foi o melhor.

O que trago da minha experiência é que cada puerpério é único e cada mulher também, não podemos nos comparar, mas podemos aprender e nos prepararmos, e assim, conseguirmos ter mais equilíbrio e entendimento do que se passa dentro de nós.

Convido você que é mulher e já passou ou está passando por esta fase a deixar seu relato, assim, contribuímos umas com as outras.

 

Um grande beijo! Gratidão!!!

 

Elaine Gouvea
Organização em todos os sentidos