Olá, hoje vou falar um pouco sobre a história dos meus partos e de como as mulheres podem se preparar para este momento que é tão importante.

Há onze anos, eu estava grávida e desejava trazer a Sophia ao mundo através de um parto normal. Logo que soube da gravidez, disse isto à médica que me acompanharia durante o pré-natal. Me cuidei, fiz Yoga durante toda a gestação e estávamos ótimas. Até que a médica começou a dizer que eu não tinha passagem, e que dificilmente, teria um parto normal.

Seguindo orientações do meu chefe, que era um médico gastroenterologista, já estava preparada para este discurso, porém, acreditava que a obstetra teria outra postura, diante de estar tudo bem comigo e com a bebê.

Porém, para minha surpresa, a partir da 38ª semana, ela começou a me amedrontar, dizendo que seria muito difícil, que eu não tinha dilatação e que seria prudente induzir para tentar fazer o parto da forma que eu desejava.

Eu me recusei por não estar ainda em trabalho de parto, e ela disse a mim e ao meu marido que se acontecesse algo com a bebê nós seríamos culpados. Isto ocorreu na sexta-feira, dia 29 de Setembro de 2006. Como eu completaria 40 semanas no domingo, decidi que não faria meu parto com ela e que na segunda-feira procuraria um outro profissional.

 

 

Tudo isso, com uma gestação ótima, trabalhando, com exames normais, disposta, enfim, não havia nenhum problema que me levasse a acreditar que eu não poderia fazer um parto normal.

Na segunda-feira quando acordei para ir ao hospital procurar um outro médico, minha bolsa se rompeu… e aí, não teve outro jeito, tive que ir para a maternidade. Eu conheci o plantonista e disse a ele, porque não desejava fazer meu parto com quem havia me acompanhado durante todo o pré-natal. Ele aceitou fazer meu parto e depois de 16 horas, a Sophia nasceu de parto normal.

Assim, continuei com este profissional e depois de um aborto espontâneo, tive também a Lorena em um parto normal, tranquilo, sem centro cirúrgico e com uma bebê de 4.120k e 51cm.

 

 

Depois disso, sempre digo para todas as mulheres buscarem muita informação durante a gestação, e buscarem profissionais que respeitem suas decisões, dentro do que é seguro para mamãe e bebê. Indico às gestantes, assistirem o filme “O Renascimento do Parto”, que retrata a grave realidade obstétrica mundial e sobretudo brasileira, que se caracteriza por um número alarmante de cesarianas ou de partos com intervenções traumáticas e desnecessárias, em contraponto com o que é sabido e recomendado hoje pela ciência.

Tal situação apresenta sérias consequências perinatais, psicológicas, sociais, antropológicas e financeiras. Através dos relatos de alguns dos maiores especialistas na área e das mais recentes descobertas científicas, questiona-se o modelo obstétrico atual, promove-se uma reflexão acerca do novo paradigma do século XXI e sobre o futuro de uma civilização nascida sem os chamados “hormônios do amor”, liberados apenas em condições específicas de trabalho de parto.

Quando assisti ao filme, chorei muito de alegria por ter acreditado que eu era capaz e por ter encontrado um profissional que me deu a oportunidade de realizar este sonho. Sou muito grata ao meu marido que me apoiou em todos os momentos e ficou comigo até o nascimento da Sophia, me passando a segurança necessária para seguir até o fim, ou melhor, até o começo de uma nova vida, que foi respeitada quanto à decisão de escolher o momento certo para chegar na nossa vida.

Se gostou do assunto de hoje e se achar que o conteúdo pode ajudar outras mulheres a ter coragem de dizer NÃO, à profissionais que só pensam no dinheiro que receberão pelo procedimento, peço que indique.

Um grande beijo! Grata!

Elaine Gouvea
Organização em todos os sentidos